A imigração estrangeira começou a se deslanchar a partir de uma lei do Estado de Minas Gerais de julho de 1892, regulamentada
no ano seguinte, que previa uma série de facilidades. Ao mesmo tempo, em Gênova, Itália, foi criada “Superintendência
de Emigração na Europa". No Rio de Janeiro, criou-se a “Agência Fiscal de Immigração". No período entre os anos
1893 e 1895, o governo mineiro iniciou o processo de imigração com quatro contratos. Trabalhadores começaram a ser atraídos
com propaganda. Jornais italianos, em editais, anunciavam a concorrência de terras na região de Curral de el-Rey. Em 1896,
um panfleto com informações sobre imigração para Minas Gerais foi divulgado em toda Itália. O primeiro contrato do Governo
mineiro foi assinado em 2 de julho de 1892. Pouco mais de dois anos, um navio com os primeiros 292 imigrantes italianos com
destino ao “Arraial do Curral de el Rey" chegou ao porto do Rio de Janeiro. Destes pioneiros, alguns teriam sido
direcionados para a “Fazenda do Barreiro", onde o engenheiro maranhense Aarão Reis organizava o primeiro núcleo agrícola
nas redondezas da futura capital. Outros três contratos de imigração se seguiram, e os imigrantes, antes de chegarem às
terras prometidas, eram alojados em por alguns dias nas “hospedarias de immigrantes", “abrigos precários, como
o que foi construído pelo engenheiro Francisco Bicalho em Belo Horizonte. O fim da imigração deixou de existir a partir
de 1897, ano da inauguração de Belo Horizonte, quando o governo do estado entra em uma grave crise financeira e elimina o
subsídio que oferecia à emigração. Além disto, em março de 1902, quando a parte mais significativa da corrente emigratória
italiana tinha trocado o Brasil pelos Estados Unidos como destino preferencial, um decreto do governo italiano proibiu a emigração
estimulada e gratuita para o Brasil, atendendo às já insistentes denúncias de mal tratamento a que eram submetidos muitos
imigrantes, especialmente nas fazendas de café em São Paulo. A presença italiana no interior também foi decisiva em muitas
cidades mineiras, tais como Juiz de Fora (1880), Poços de Caldas, São João del Rey, Ubá, Ouro Fino, Monte Sião e muitas outras.
Fontes: Jornal Hoje Em Dia - Fiemg - Acibra-MG - Engº Teodoro Magni
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